Palhaço verde, o mar na areia ruiva
grita e gargalha, salta e cabriola,
como quem sofre, lírico, da bola.
E, querendo assombrar as moças, uiva,
brama, arremete e explode, o mariola,
abrindo uma alvacenta ventarola.
O mar é sempre o mesmo rapazola!
O mar é sempre o mesmo brincalhão
que, todo verde pela areia ruiva,
faz-se palhaço, bobo e valentão.
Vinde ver o bufão de roupa verde,
ver o bobo da corte de Netuno.
Na tarde cor-de-rosa, a roupa verde
do mar parece o tal pavão Juno.
Cai a noite. Do mar a roupa verde
fica de um verde negro, verde bruno.
Crianças, vinde à corte de Netuno
ver o palhaço verde gracejar.
Crianças, vinde ver cabriolar
pela areia amarela o verde mar.
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
#9 - PALHAÇO VERDE, Sosígenes Costa
terça-feira, 2 de setembro de 2014
#8 - A ÍBIS, Fernando Pessoa
A íbis, a ave do Egipto
Pousa sempre sobre um só pé
O que é
Esquisito:
É uma ave sossegada
Porque assim não anda nada.
Pousa sempre sobre um só pé
O que é
Esquisito:
É uma ave sossegada
Porque assim não anda nada.
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