quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

#20 ERA UMA VEZ..., Isabel Lamas

À noite para adormecer
O lobinho na floresta,
A mãe loba conta histórias
E outro dia contou esta
O Capuchinho Vermelho
Certo dia, indo só
Atravessou a floresta
P'ra ir visitar a avó
Entreteve-se a falar
Com uns bichos brincalhões
Apareceu um grande lobo
E viu-se em complicações
E a mãe loba terminou
A história já conhecida
Em que o lobo por ser mau
Com um tiro perde a vida
Assustadinho a valer
Diz que já não quer crescer
Deitadinho ao pé da mãe
É que o lobinho está bem.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

#18 - LULLABY, Alfred Lord Tennyson

Passarinho pequenino,
que dizes tu, tão cedinho?
Quero voar, minha mãe,
quero voar deste ninho...
Passarinho, passarinho,
     -- meu tontinho! --
Deixa as penas crescer bem,
logo no ar te sustém...

Bebèzinho pequenino,
que palras tu, tão cedinho?
Quero correr, minha mãe,
voar como o passarinho...
Bebèzinho, bebèzinho,
     -- meu tontinho!
Dorme um pouco mais, meu bem...
Cedo voarás, também...


(versão: Luís Cardim)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

#17 - O PIRILAMPO, Jules Renard

Que se passa? Nove horas da noite, e há luz ainda em casa dele?

(versão de Jorge de Sena)

domingo, 25 de janeiro de 2015

#16 - REGIME ALIMENTAR, Teresa Guedes

Há animais herbívoros,
há plantas carnívoras
e há pessoas pagívoras.
Como...?! Como...?!
Comem de entrada um acepipe:
um livro fresco de poemas.
Depois como prato principal,
um dicionário bem recheado.
E, à sobremesa, um livro infantil ilustrado.
Este regime alimentar, à base de massa
folhada e paginada, é bastante salutar:
não há registo de pagívoros enfartados ou adoentados.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

#15 - (VERSOS A UMA CABRINHA QUE EU TIVE), Vitorino Nemésio

Com seu focinho húmido
Esta cabrinha colhe
Qualquer sinal de noite
De que a erva se molhe.

Daquela flor pendente
Pra que seu passo apela
Parece que a semente 
É o badalinho dela.

Sua pelerina escura
Vela-a da noite sentida;
Tem cada pêlo uma gota,
Com passos, poeira, vida.

De silêncio, silvas, fome,
Compõe nos úberes cheios
Toda a razão do seu nome
E fruto de seus passeios.

Assim já marcha grave
Como os navios entrando,
Pesada dos pensamentos
Da sua vida suave.

E enfim, no puro penedo
De seus casquinhos tocado,
Está como o ovo e a ave:
Grande segredo
Equilibrado.